Onibodê ( O Porteiro)
Um blog a serviço da comunidade afro-brasileira e afro-religiosa
Criador e Administrador Ògã Luiz Alves
sexta-feira, 19 de abril de 2024
Senado Federal realiza culto evangélico no Salão Negro
Terça feira (16/04) um som ensurdecedor invade o Salão Verde do Congresso Nacional. Fui averiguar o que era, estava havendo um culto evangélico no Salão Negro daquela casa. O som estava altíssimo como se fosse pra chegar aos ouvidos mais moucos que houvessem. Tal visão me fez lembrar das vezes que eu, Mãe Baiana, @ProfessorFelix tentamos o seguir uma simples sala para realizarmos uma reunião do FOAFRO-DF. A imensa dificuldade para conseguirmos um espaço, para discutirmos pautas de interesses de nossa Comunidade Afro Religiosa, nem era pra um xirê ou coisa parecida. No dia que fizemos um ato "TOQUE DOS ADJÁS" Mãe Baiana foi quase impedida de entrar porque estava com o Adjá nas mãos e falaram que ele poderia ser usado enquanto arma. Hoje vejo eles entrando com com instrumentos que tem muito mais possibilidades de ser usado enquanto arma do que um Adjá. O som estava altíssimo, com aquelas falas que já sabemos, tipo que não aceitar Jesus ou a religião deles está condenado aos quo tos dos infernos. Olhei aquilo e me perguntei sobre a Laicidade do Estado e porque religiões não cristãs especialmente de Matrizes Africana e Pindorâmicas não recebem o mesmo tratamento ou mesmo as mesmas oportunidades. Talvez seja porque ainda não tenhamos dentro daquela casa pessoas nossas comprometidas com nossa Religiosidade, não digo simpatizantes, mas pessoas nossas ocupando aquele espaço de poder. Ògan Luiz Alves/PROJETO ONÍBODÊ.
quarta-feira, 17 de abril de 2024
Ponte Velha faz 119 anos de serventia à população de Resende
A querida Ponte Velha que nos permite atravessar o Rio Paraíba tem Resende, faz 119 anos. Por está ponte cruzaram muitas histórias, inclusive a minha. Durante minha infância eu a cruzava diariamente para ir estudar no Colégio Olavo Bilac, depois mais tarde para trabalhar como balconista na Loja Mimosa do Seu Abdo e depois para ser auxiliar de oi tura de carros na oficina mecânica, onde hoje é um banco. Ponte que ligava histórias e onde também algumas eram interrompidas pelos suicídios dos que acharam que a dor era insuportável e que a vida perderam o sentido. Ponte que algumas vezes foi triste palco da ditadura militar, onde militares da Academia simplesmente se julgavam no direito de interromper a ida para ou a volta do trabalho em sua horripilante demonstração de força e poder. Do lado da Praça dos Correios havia o comércio do Seu Michel, do Salão do Fred e do lado de Campos Elísios um ônibus transformado em lanchonete (onde nunca sequer entrei pra fazer um lanche por achar caro demais pra mim).
Quantas histórias vivenciei nessa ponte!? Caminho para a casa da namorada Lúcia no Lambari, pra aquele passeio de sábado pela manhã, pra ver o coração político que ficava na esquina do Bobs lanches e do Bar Caçula. Uma ponte de vital importância para a cidade, a qual atravessei após tantos anos. A cada passo uma lembrança, uma história. Me lembro do dia em que suas estruturas foram cortadas para dar lugar a reforma urbana. Sua extensão ia até a altura da ladeira da Matriz, tinha um comércio em seu final com a loja de tecidos de seu Michel e tb o Salão de beleza do Fred e outros comércios.alem de umas residências que completavam a quadra. Ògan Luiz Alves/ PROJETO ONÍBODÊ