sexta-feira, 23 de maio de 2025

"Trump, o Apartheid do Século XXI e a Afronta à Soberania dos Povos: Uma Análise das Relações Raciais e do Neoimperialismo"

                                                                                                  Por Ògan Assogbá Luiz Alves - Projeto Oníbodê

Do Salão Oval ao Quintal das Américas: Como a Arrogância Colonial Ressurge nas Relações Internacionais

Em um ato que mistura ignorância histórica, desrespeito diplomático e uma visão colonialista ainda enraizada, o ex-presidente dos EUA, Donald Trump, protagonizou mais um capítulo vexatório nas relações internacionais. Durante uma entrevista coletiva no Salão Oval, Trump acusou o presidente sul-africano Cyril Ramaphosa de acobertar um suposto "genocídio de fazendeiros brancos" na África do Sul, utilizando como "prova" uma foto falsa — na realidade, uma imagem do Congo —, em um gesto que expõe não apenas a desonestidade intelectual de sua retórica, mas também a persistência de uma lógica imperialista que enxerga o Sul Global como palco para suas narrativas distorcidas.  

A Mentira como Arma Colonial: A Foto Falsa e a Humilhação Calculada  

Ao exibir uma foto de conflito no Congo como se fosse evidência de violência na África do Sul, Trump não apenas desrespeitou Ramaphosa, mas também reforçou um estereótipo perverso: a ideia de que a África é um território indiferenciado, um "lugar sem história", onde fatos e contextos podem ser apagados em nome de uma agenda política. A resposta de Ramaphosa foi contundente: "De onde é essa foto?", questionou, seguido pela ironia afiada: "Eu não tenho avião para lhe dar" — uma referência direta ao jato recebido por Trump de magnatas árabes. A réplica do líder sul-africano não foi apenas uma defesa de sua nação, mas um golpe na hipocrisia de quem critica injustiças enquanto lucra com acordos obscuros.  

Apartheid, Terra e Reparação: A Questão que Trump Ignora  

A acusação de Trump sobre um "genocídio branco" é uma narrativa fabricada por grupos extremistas afrikaners — descendentes de colonizadores holandeses que, durante o apartheid (1948-1994), concentraram 87% das terras do país nas mãos de 7% da população branca, enquanto negros eram confinados a áreas sem recursos. Hoje, mesmo após o fim do regime, 72% das terras agrícolas permanecem com brancos, segundo o Instituto Sul-Africano de Relações Raciais. A reforma agrária proposta pelo governo de Ramaphosa busca corrigir esse legado de opressão, permitindo expropriações com compensação para redistribuição justa. Trump, no entanto, escolheu defender os privilégios de uma minoria branca, concedendo asilo a afrikaners que, diante da possibilidade de perder terras ilegitimamente acumuladas, espalham o mito da "perseguição".  

O Brasil no Espelho da África do Sul: Terra, Raça e Resistência

A luta sul-africana ecoa diretamente no Brasil. Após a abolição da escravidão, em 1888, os negros foram excluídos do acesso à terra, perpetuando desigualdades que hoje colocam o país entre os mais desiguais do mundo. Assim como na África do Sul, movimentos como o MST e a luta por Quilombos desafiam estruturas secularmente racistas. Não por acaso, a postura de Trump ressoa com o discurso de ruralistas brasileiros que criminalizam sem-terra enquanto defendem latifúndios historicamente ilegítimos.  


América Latina como "Quintal": A Doutrina Monroe Revisitada  

A arrogância de Trump não se limita à África. Recentemente, representantes de seu governo declararam que os EUA precisam "retomar o controle de seu quintal" — referindo-se à América Latina como possessão colonial. A fala é um revival da Doutrina Monroe ("América para os americanos", ou melhor, "para os ianques"), que justificou golpes, ditaduras e intervenções ao longo do século XX. O deputado Eduardo Bolsonaro, em sintonia com essa lógica, pediu publicamente intervenção estadunidense no Brasil, em uma traição à soberania nacional que beira a ilegalidade.  


Cultura Afro-Brasileira e a Resistência ao Imperialismo  

Diante dessas ofensivas, a religiosidade e a cultura afro-brasileira emergem como trincheiras de resistência. Terreiros de Candomblé, quilombos  e grupos de capoeira preservam não apenas tradições, mas uma cosmovisão anticolonial que desafia a lógica de dominação. A Umbanda, com seu lema "nem caridade, nem justiça, mas solidariedade", oferece um contraponto ético ao individualismo neoliberal. Em um mundo onde líderes como Trump tentam reescrever a história, essas tradições são atos políticos.  

Soberania não se Negocia, Conquista-se

A postura de Trump contra Ramaphosa não é um incidente isolado: é parte de um projeto global de revisionismo histórico, onde potências do Norte buscam manter o controle sobre nações do Sul através de mentiras, intimidação e alianças com elites locais opressoras. A resposta do presidente sul-africano — assim como a resistência de movimentos negros no Brasil — nos lembra que a luta por terra, memória e soberania é indivisível. Enquanto houver aviões de luxo para magnatas e mentiras para justificar genocídios, haverá tambores ecoando em resistência.  

 #SoberaniaNãoSeVende #ForaTrumpismo #ReformaAgráriaJá.  

Este texto é um chamado à conscientização sobre as lutas transnacionais contra o racismo e o colonialismo. A cultura afro-brasileira não é folclore: é resistência viva.

Que os orixás nos iluminem – e nos lembrem sempre que a força do nosso povo está na união. 


Axé!

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quinta-feira, 22 de maio de 2025

Racismo Institucional em Dois Atos: A Branquitude Protege, a Negritude Precisa se Provar

Por Ògan Assogbá Luiz Alves - PROJETO ONÍBODÊ 


Em um país onde o racismo estrutura as relações sociais, dois episódios recentes escancaram a diferença brutal no tratamento dispensado a pessoas brancas e negras, mesmo quando ocupam posições de destaque ou cometem graves infrações. De um lado, Sophia Almeida, a falsa médica branca que colocou em risco a vida de crianças cardiopatas no Hospital Universitário Getúlio Vargas, em Manaus. Do outro, a ministra do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Vera Lúcia Santana, uma mulher negra de trajetória impecável, vítima de racismo nas dependências da Advocacia-Geral da União (AGU).  


O Caso Sophia Almeida: O Crime com Tratamento Amigável

Sophia Almeida atuou ilegalmente como médica pediátrica, atendendo crianças com graves problemas cardíacos, sem qualquer qualificação para isso. O hospital, uma instituição pública vinculada à Universidade Federal do Amazonas (UFAM), sequer verificou a autenticidade de seus documentos. Quando descoberta, foi presa em uma academia, conduzida de forma cordial à delegacia, sem algemas, sem revistas humilhantes, sem violência, sem o espetáculo midiático que costuma acompanhar a prisão de pessoas negras acusadas de crimes muito menos graves.  

A pergunta que não cala: como uma instituição de ensino e saúde contrata alguém sem ao menos checar sua formação? A resposta passa pelo racismo institucional, que naturaliza a credibilidade inerente à branquitude. Uma pessoa branca, mesmo fraudulenta, é recebida com menos desconfiança do que uma pessoa negra com todos os diplomas do mundo. Quantas crianças ou demais pacientes vieram à óbito devido tal irresponsabilidade?  

O Caso Vera Lúcia: A Ministra Negra que Precisou se Provar  

Enquanto isso, a ministra Vera Lúcia Santana, mulher negra, jurista de carreira consolidada, ocupante de um dos cargos mais altos do Judiciário brasileiro, sofreu racismo explícito dentro da AGU. Mesmo apresentando sua identificação como autoridade, foi barrada, ignorada e humilhada por agentes que duvidaram de sua legitimidade.  

O que esse episódio revela? Que não importa o título, a posição ou a competência: uma pessoa negra sempre terá sua presença questionada em espaços de poder. Vera Lúcia não foi reconhecida como ministra porque, no imaginário racista, negros não ocupam naturalmente lugares de autoridade.  

Racismo Étnico e de Gênero: A Dupla Violência


Os dois casos evidenciam como o racismo opera de formas distintas, mas complementares:  


- Para pessoas brancas, mesmo criminosas, há uma presunção de inocência e dignidade.  

- Para pessoas negras, mesmo autoridades, há uma exigência eterna de comprovação.  


Além disso, Vera Lúcia enfrenta o racismo de gênero: ser uma mulher negra em um espaço majoritariamente branco e masculino significa ser duplamente questionada. Enquanto Sophia, branca, foi tratada com deferência mesmo cometendo um crime gravíssimo, Vera, negra, foi tratada como intrusa em seu próprio local de trabalho.  


Ser Negro no Brasil é uma Luta Diária  


Esses episódios mostram que não basta ascender socialmente: o racismo persiste, adapta-se e se reafirma. Enquanto pessoas brancas desfrutam do benefício da dúvida, pessoas negras precisam provar, todos os dias, que merecem estar onde estão.  


Chega de racismo! Chega de violência institucional! É urgente que a sociedade reconheça esses mecanismos e lute por um país onde a negritude não precise ser justificada, mas celebrada.  


#VidasNegrasImportam #BastaDeRacismo


Que os orixás nos iluminem – e nos lembrem sempre que a força do nosso povo está na união. 


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terça-feira, 20 de maio de 2025

Mulheres de Axé se reúnem em Salvador para fortalecer a luta por democracia, justiça social e contra o racismo religioso


Ògan Assogbá Luiz Alves/PROJETO ONÍBODÊ 

Salvador, a cidade que respira ancestralidade, será palco de um encontro potente e necessário: o V Encontro Nacional de Mulheres de Axé da RENAFRO, nos dias 30 e 31 de maio de 2025. No Instituto Anísio Teixeira (ITA), mulheres guerreiras, sacerdotisas, ativistas e lideranças políticas se reunirão para debater democracia, justiça social, racismo religioso e as urgentes questões ambientais que ameaçam os terreiros e comunidades tradicionais.  

Sob o tema “O matriarcado na luta pela democracia, pelos direitos sociais e justiça climática”, o evento reforça o PROTAGONISMO das mulheres de axé na preservação dos saberes ancestrais e na construção de um futuro mais justo. São elas que, há séculos, sustentam a resistência dos povos de terreiro, enfrentando intolerância, desigualdade e agora também as mudanças climáticas que impactam diretamente seus territórios sagrados.  

A Força do Matriarcado na Resistência  

A programação do encontro é um convite à reflexão e à ação. Entre mesas de debate, painéis temáticos e apresentações culturais, serão abordados:  

- RACISMO AMBIENTAL -  e como ele atinge as comunidades de terreiro, muitas vezes localizadas em áreas vulneráveis a enchentes, despejo de resíduos e falta de saneamento;  

- SEGURANÇA ALIMENTAR - e o papel dos terreiros como espaços de acolhimento e distribuição de comida em tempos de fome;  

- SAÚDE E DIREITOS HUMANOS - com foco no combate à intolerância religiosa e na garantia de políticas públicas que respeitem as tradições afro-brasileiras.  


Lideranças de peso marcarão presença, como Mãe Nilce de Iansã, coordenadora nacional do GT Mulheres de Axé da RENAFRO, e Lúcia Xavier, referência na luta pelos direitos das mulheres negras. Parlamentares como as deputadas Daiana dos Santos (PCdoB) e Olívia Santana (PCdoB) também estarão presentes, reforçando a importância da articulação política na defesa dessas causas.  

A Presença do Centro-Oeste e a Força Naciona

O encontro não seria completo sem a representação de todas as regiões do país. O Centro-Oeste estará presente com Mãe Baiana, coordenadora da RENAFRO na região, e outras integrantes que trazem as demandas e vivências de seus estados. Essa diversidade é fundamental para construir estratégias nacionais de enfrentamento ao racismo e às violações de direitos.  

Uma Luta Coletiva, Apoiada por Muitos 

O evento conta com o apoio de instituições como Fiocruz, Ministério da Saúde, Ministério da Igualdade Racial, Koinonia e diversas secretarias do Governo da Bahia, mostrando que a luta das mulheres de axé é uma luta de toda a sociedade.  

Para além dos debates, o encontro é um espaço de celebração e REAFIRMAÇÃO IDENTITÁRIA. É onde o canto dos Orixás, VODUNS e N'KISSES ecoa mais forte, onde os turbantes coloridos e os olhares firmes lembram:

  A RESITÊNCIA É ANCESTRAL, E O FUTURO SERÁ CONSTRUÍDO COM AXÉ!.  

Serviço:  

Data: 30 e 31 de maio de 2025  

Local: Instituto Anísio Teixeira (ITA) – Salvador/BA  

Mais informações (61) 961 8506-8205

AXÉ, FORÇA E RESISTÊNCIA!

segunda-feira, 19 de maio de 2025

O PROTAGONISMO E A FRAGMENTAÇÃO DA UNIDADE AFRO-RELIGIOSA: QUANDO O EGO SABOTA A LUTA!


Por Ògan Assogbá Luiz Alves PROJETO ONÍBODÊ 

Há uma máxima nas religiões de matriz africana que diz: "Sozinhos vamos mais rápido, mas juntos vamos mais longe." No entanto, a realidade que se impõe nos embates políticos e sociais da comunidade afro-religiosa parece negar esse princípio. Enquanto grupos cristãos se mobilizam em massa para defender seus interesses – muitas vezes contra nós –, nós, filhos dos Orixás, Voduns e N'Kisses, ainda tropeçamos em um obstáculo que mina nossa força: o protagonismo excessivo e a desunião.  

Não é segredo para ninguém que as lideranças afro-religiosas enfrentam ataques diários – do racismo religioso à intolerância institucionalizada. Mas, enquanto os inimigos externos são visíveis, há um inimigo interno, silencioso e tão danoso quanto: a incapacidade de priorizar a causa coletiva em detrimento do brilho individual.  

O PROTAGONISMO QUE DIVIDE, NÃO SOMA! 

Quantas vezes uma mobilização importante foi boicotada porque determinada liderança ou grupo não foi "o cabeça" do movimento? Quantas articulações políticas foram esvaziadas porque alguns preferiram não comparecer se não fossem os protagonistas da ação? Essa postura, infelizmente, não é exceção – é regra.  

O resultado? Iniciativas que poderiam ser vitoriosas morrem no nascedouro, vítimas de disputas de ego, vaidades e da incapacidade de entender que, em uma luta tão desigual como a nossa, a união não é opção – é sobrevivência.  

O PREJUÍZO É DE TODOS

Enquanto nos perdemos em picuinhas internas, os políticos que deveriam nos ouvir seguem ignorando nossas pautas. Enquanto alguns buscam holofotes, os terreiros são invadidos, os filhos de santo são agredidos e nossas conquistas legais são ameaçadas. Quem perde com isso? A comunidade inteira.  


Sempre digo: se cada terreiro, cada casa, enviasse um carro com quatro pessoas para uma manifestação, seríamos uma multidão incontestável. Os políticos só entendem números – e nós temos milhões de adeptos. Mas, enquanto não superarmos a fragmentação, continuaremos sendo vistos como minoria, mesmo não sendo.  


É HORA DE REPENSAR

Precisamos urgentemente:  

1. Priorizar a causa sobre o indivíduo – Nenhuma liderança é maior que a coletividade.  

2. Criar mecanismos de articulação permanentes – Fóruns, assembleias e redes de apoio que transcendam personalismos.  

3. Reconhecer que a união não apaga identidades – É possível lutar juntos sem abrir mão das particularidades de cada nação.  

4. SERMOS OS PROTAGONISTAS DE NOSSAS LUTAS - Sempre falo também sobre a urgência de tomarmos para nós o PROTAGONISMO de nossas lutas. Sempre estamos terceirizando o PROTAGONISMO para uma instituição ou político e sempre vamos enquanto coadjuvantes em ações que deveríamos ser os protagonistas. Precisamos estarmos à frente de nossas lutas, SOMOS NÓS, FALANDO DE NÓS E SOBRE NÓS! 

Se queremos que os próximos anos sejam de avanços e não de retrocessos, precisamos enterrar de vez a cultura do "eu" e abraçar o "nós". Porque, no fim das contas, como diz outro ditado do axé: "Uma andorinha só não faz verão." 


Que os orixás nos iluminem – e nos lembrem sempre que a força do nosso povo está na união. 


Axé!

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"Corpo Fechado": Um Espetáculo que Transformou Dor em Arte e Resistência no Sesc Ceilândia

Por Ògan Assogbá Luiz Alves - Projeto Oníbodê

Neste último fim de semana, o Teatro Newton Rossi, no Sesc Ceilândia, foi palco de um poderoso ritual cênico: o espetáculo "Corpo Fechado", apresentado pela Cia. Semente de Teatro do Gama em parceria com estudantes do Centro Educacional 08 do Gama. Mais do que uma peça teatral, a montagem se configurou como uma "reza de proteção contra o racismo", ecoando as vozes da juventude negra do Distrito Federal em um grito de existência e resistência.

Com direção de Valdeci Moreira e elenco formado por alunos da rede pública, "Corpo Fechado" é fruto de cinco meses de oficinas que mesclaram arte, ancestralidade e educação antirracista. A dramaturgia, viva e pulsante, trouxe à tona narrativas urgentes, desconstruindo estereótipos e libertando a corporeidade negra em toda sua potência. A ginga, a oralidade e o maneirismo periférico foram elevados à condição de arte, em uma estética que dialoga diretamente com a pedagogia dos terreiros.

Um Teatro que Vem do Chão da Escola

A peça reforça a importância da educação antirracista não apenas como teoria, mas como prática cotidiana. Como destacado no release, a Cia. Semente de Teatro do Gama e o CED 08 do Gama têm trabalhado juntos para combater o racismo estrutural e institucional, dando protagonismo a jovens artistas negros. "É no chão da escola que a mudança começa", afirma Valdeci Moreira, que vê no teatro uma ferramenta de transformação social.

Os atores e atrizes, muitos em sua primeira experiência cênica, trouxeram performances carregadas de verdade e emoção. A encenação misturou elementos ritualísticos, música e movimento, criando um diálogo profundo com tradições afro-brasileiras. O título "Corpo Fechado" não é por acaso: refere-se à ideia de proteção espiritual e física, mas também à necessidade de fechar o corpo contra as violências do racismo.

A Plateia Como Parte do Ritual

Quem esteve no teatro no último sábado (ou domingo) pôde sentir a energia coletiva que tomou o espaço. A plateia, diversa e emocionada, reagiu com aplausos e reconhecimento às cenas que retratavam desde a discriminação velada até a afirmação orgulhosa da identidade negra. Ao final, muitos espectadores destacaram a importância de levar a peça para outras escolas e comunidades.

"É um espetáculo que não apenas fala sobre resistência, mas que é resistência", comentou uma professora presente na sessão. "Ver esses jovens no palco, contando suas próprias histórias, é ver o futuro que a gente precisa construir."


Próximos Passos

A Cia. Semente já planeja novas temporadas e debates em torno da peça, reforçando seu compromisso com a arte como instrumento de luta e educação. Enquanto isso, "Corpo Fechado" deixa sua marca: uma reza encenada, um feitiço contra o racismo, um chamado para que a juventude negra ocupe todos os espaços — inclusive os palcos.  Com produção da Kitanda Cultura de Terreiro, em 2024, estreou no mês de junho, o espetáculo impactando um público com cerca de 2.300 pessoas. Circulou com apresentações em 04 escolas públicas, no Espaço Semente e no Teatro dos Bancários, totalizando 22 sessões. O PROJETO ONIBODÊ está presente na cobertura deste espetáculo, Ògan Assogbá Luiz Alves há mais de 10 anos vem acompanhando e registrando os projetos da CIA SEMENTE DE TEATRO DO GAMA.

sábado, 17 de maio de 2025

Conferência Regional de Igualdade Racial do Entorno Oeste de Goiás discute Justiça, Democracia e Reparação

 

Evento reúne Lideranças Religiosas, Autoridades e Comunidade em Debates por Políticas Antirracistas  

Águas Lindas de Goiás, 17 de maio de 2025 – Teve início na sexta-feira (16/05) a Conferência Regional de Igualdade Racial do Entorno Oeste de Goiás, realizada no IFG - Campus Águas Lindas de Goiás, com a presença de autoridades, lideranças comunitárias e religiosas, além de representantes dos municípios da região. O evento, que seguiu com plenárias e grupos de trabalho (GTs) neste sábado (17/05), visa fortalecer políticas públicas de combate ao racismo e promoção da igualdade racial.  

Participam da Conferência os municípios de Águas Lindas de Goiás, Cocalzinho de Goiás, Corumbá de Goiás e Santo Antônio do Descoberto. A abertura contou com a presença de importantes nomes do movimento negro e das religiões de matriz africana, como Mãe Baiana de Oyá (Coordenadora da RENAFRO Centro-Oeste), Michael Felix -  (Presidente do Conselho Estadual dos Direitos Humanos e Igualdade Racial de Goiás), Mãe Déia Talamugongo (Presidenta da ATRACAR-GO) e Dra. Núbia Bragança,( advogada e professora) e membros dos vizinhos que compõe a Rede do Entorno Oeste de Goiás.  

A organização do evento ficou a cargo de Mãe Vilcilene de Jagun, Yialorixá e professora, que também preside o Conselho Municipal de Promoção da Igualdade Racial (COMPIR) de Águas Lindas de Goiás. Em sua fala, ela destacou a importância do encontro para articular ações regionais contra o racismo estrutural e em defesa dos direitos das comunidades tradicionais.  

Trabalhos em grupo e aprovação de propostas  

No sábado,os trabalhos começaram com uma apresentação cultural de voz e violão com o Professor Henrique que brindou os presentes com obras de sua autoria, depois oo Professor Michael Felix brindou os participantes com uma palestra sobre Racismo e suas consequencias. Apos a palestras e informes os participantes se dividiram em Grupos de Trabalho (GTs) para discutir propostas em três eixos temáticos:  

1. Justiça – Discutiu-se o acesso à justiça para vítimas de racismo, a criminalização da intolerância religiosa e a garantia de direitos para povos de terreiro.  

2.Democracia – Foram debatidas estratégias para ampliar a participação política da população negra e fortalecer conselhos de igualdade racial.  

3. Reparação – O grupo abordou políticas de reparação histórica, como cotas raciais, titulação de terras quilombolas e apoio a empreendedores negros.  

Após as discussões, as propostas serão levadas à plenária para votação e consolidação no documento final, que será encaminhado às instâncias estaduais e federais.  

Participação estudantil e encerramento


O evento contou com a presença de alunos do IFG - Campus Águas Lindas, que participaram ativamente dos debates, reforçando a importância da educação no combate ao racismo. A Conferência seguiu durante todo o sábado, encerrando-se com a leitura das propostas aprovadas e o compromisso das lideranças em dar continuidade às discussões.  

A Conferência Regional serve como preparação para as etapas estadual e nacional, reforçando a necessidade de políticas públicas efetivas para a promoção da igualdade racial no Brasil.  

Axé a todos que mantêm viva a chama dos Orixás!

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quinta-feira, 15 de maio de 2025

PDOT em Debate: Comunidades Afro-Brasileiras Reivindicam Reconhecimento e Proteção de Seus Territórios Sagrados


Por Ògan Assogbá Luiz Alves PROJETO ONÍBODÊ 

Brasília, 16 de maio de 2025 – A revisão do Plano Diretor de Ordenamento Territorial (PDOT) do Distrito Federal está em pauta, e as comunidades tradicionais de matriz africana levantam suas vozes  para assegurar que seus territórios sagrados sejam reconhecidos e protegidos. Em audiência realizada hoje na Câmara Distrital, lideranças religiosas e representantes de terreiros destacaram a urgência de incluir suas demandas no planejamento urbano, evitando que a falta de políticas públicas continue a marginalizar suas práticas ancestrais.  

O PDOT e a Luta por Territórios Sagrados

O PDOT não é apenas um documento técnico é um reflexo de como a sociedade enxerga e valoriza seus espaços. Para as comunidades de Candomblé, Umbanda, Jurema, Terecô e outras expressões afro-religiosas, a revisão desse plano é uma oportunidade histórica de garantir que seus terreiros, casas de culto e áreas sagradas sejam tratados como patrimônios culturais e ambientais.  

No entanto, a realidade atual ainda é de invisibilidade e desafios. Muitos terreiros enfrentam dificuldades para regularizar suas terras, sofrem com a falta de infraestrutura básica (como água e energia) e, em alguns casos, são vítimas de pressão imobiliária e intolerância religiosa. A ausência de um marco legal que proteja esses espaços pode levar a remoções e ao apagamento de tradições centenárias.  

Saberes Ancestrais e Sustentabilidade

As comunidades afro-religiosas não são apenas espaços de fé, são também guardiãs de conhecimentos tradicionais que promovem a harmonia com a natureza. Seus rituais, ervas medicinais e práticas de preservação ambiental demonstram um modo de vida sustentável, alinhado com as necessidades ecológicas do nosso tempo.  


Mobilização e Resistência

A mensagem das lideranças é clara: é hora de ocupar os espaços de decisão. A participação em audiências públicas, o envio de propostas ao legislativo e o diálogo com parlamentares são passos essenciais para assegurar que o PDOT contemple: 
- Reconhecimento dos terreiros como áreas de relevante interesse cultural e espiritual;  
- Regularização fundiária para garantir a permanência desses espaços;  
- Acesso a infraestrutura básica e políticas de proteção contra a intolerância;  
- Inclusão de representantes afro-religiosos nos conselhos de gestão territorial.  



O Chamado da Ancestralidade

A luta pelo PDOT é, acima de tudo, uma luta pelo direito de existir. Enquanto o Distrito Federal planeja seu futuro, as comunidades tradicionais exigem que suas vozes não sejam silenciadas. Participar desse debate é honrar a memória dos antigos, fortalecer o presente e garantir que as próximas gerações possam viver sua espiritualidade em liberdade.  

O axé não pode ser removido. O terreiro é nosso chão, nossa história, nossa resistência.

Fique atento às próximas audiências e mobilize sua comunidade. O PDOT também é nosso! 

Fotos: Divulgação
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4ª Conferência Municipal de Promoção da Igualdade Racial de Valparaíso de Goiás debate Justiça Racial e fortalecimento das políticas públicas

Por Ògan Assogbá Luiz Alves PROJETO ONÍBODÊ 

Valparaíso de Goiás, 15/05/2025 – A Câmara Municipal de Valparaíso de Goiás sediou, nesta quinta-feira, a 4ª Conferência Municipal de Promoção da Igualdade Racial, um espaço de diálogo, resistência e proposição de políticas públicas para a comunidade negra e afro-religiosa da região. Com o tema "Justiça Racial", o evento reuniu lideranças religiosas, ativistas, gestores públicos e autoridades em uma mesa de abertura plural e representativa, reforçando o compromisso com a equidade e o combate ao racismo estrutural.  

Mesa de abertura: Representatividade e Autoridade

Presidida por Mãe Mariangela, presidente do Conselho Municipal da Igualdade Racial de Valparaíso, a conferência contou com a presença de nomes fundamentais na luta antirracista em Goiás. Compuseram a mesa:  

Lehi Souto – Gerente de Ações Afirmativas e Promoção da Igualdade Racial do Governo de Goiás;  

- Michael Felix – Presidente do Conselho Estadual de Direitos Humanos e Igualdade Racial;  

- Mãe Déia Talamugongo – Presidenta da ATRACAR-GO (Associação de Tradição de Cultura Afro-religiosa de Goiás);  

- Marcus Vinícius – Prefeito de Valparaíso de Goiás;  

- Dra. Núbia Bragança – Advogada, professora e palestrante da noite, responsável por conduzir a reflexão sobre Justiça Racial.  

- Josélia Leão - Secretaria Municipal de Assistência Social de Valparaíso de Goiás 

A abertura foi marcada por discursos que enfatizaram a importância da transversalidade das políticas raciais, a defesa das religiões de matriz africana e o fortalecimento de mecanismos de denúncia e proteção contra a intolerância. Mãe Mariangela destacou: "Esta conferência não é apenas um espaço de fala, mas de ação. Precisamos garantir que nossas vozes ecoem nas decisões do poder público."  

Justiça Racial em Debate: A fala da Dra. Núbia Bragança

Com vasta experiência na área de direitos humanos e relações étnico-raciais, a Dra. Núbia Bragança conduziu a palestra magna, abordando os desafios e caminhos para a efetivação da Justiça Racial no Brasil. Em sua explanação, destacou:  

- A urgência de políticas reparatórias para a população negra, especialmente nas áreas de educação, saúde e segurança pública;  

- O combate ao genocídio da juventude negra e a criminalização das religiões afro-brasileiras;  

- A importância da representatividade negra nos espaços de poder.  


"Não basta não ser racista. É preciso ser antirracista. E isso significa mudar estruturas, garantir orçamento para políticas de igualdade e responsabilizar quem viola direitos", afirmou a jurista, recebendo aplausos da plateia.  

Presença do Poder Público: Compromisso ou Desafio?

O prefeito Marcus Vinícius reforçou o compromisso da gestão municipal com as pautas raciais, citando avanços como a criação do Conselho da Igualdade Racial e a implementação de projetos sociais direcionados. No entanto, lideranças presentes cobraram mais efetividade, especialmente no atendimento às vítimas de racismo e intolerância religiosa.  


Michael Felix, do Conselho Estadual, lembrou que Valparaíso  de Goiás é um marco no avanço dos direitos da população negra, com avanços que muitas cidades do Brasil ainda não dispõe.

Religião e Resistência: O Axé como Estratégia Política

A forte presença de Mães Déia Talamugongo   evidenciou o protagonismo dos terreiros na luta pela igualdade. Mãe Déia ressaltou: "Nosso candomblé, nossa umbanda, são espaços de acolhimento, mas também de resistência. Enquanto houver ataques aos nossos sagrados, estaremos aqui, ocupando a Câmara, as ruas e todos os espaços de decisão."  






Para saber mais:  

O Conselho Municipal da Igualdade Racial de Valparaíso deve publicar nos próximos dias um documento- com os encaminhamentos resultantes do evento. Acompanhe pelas redes oficiais da Prefeitura e do movimento negro local.  

Axé a todos que mantêm viva a chama dos Orixás!

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terça-feira, 13 de maio de 2025

Nigéria e Brasil tecem aliança espiritual e política contra o racismo através do Congresso Mundial dos Orixás

Por Ògan Assogbá Luiz Alves PROJETO ONÍBODÊ

Um encontro ancestral no coração de Osun

O Governo Federal da Nigéria anunciou a criação do Congresso Mundial dos Orixás, um marco histórico que estabelecerá no Estado de Osun, região iorubá, um espaço permanente de diálogo e resistência para povos de terreiro espalhados pelo mundo. A iniciativa, descrita como “uma casa para os filhos de Orixá" se reencontrarem na África”, surge como resposta global ao racismo religioso e à violência contra tradições de matriz africana. A Nigéria, berço da civilização iorubá, reforça assim seu papel como guardiã de uma herança cultural que atravessou o Atlântico durante a diáspora escravista e hoje pulsa em terreiros brasileiros .  

Laços que o tráfico não apagou: a missão de Otunba Ajiboye no Brasil

Na próxima etapa do projeto, o secretário do governo nigeriano, Otunba Ajiboye, desembarcará no Brasil para divulgar o Congresso e fortalecer os vínculos entre os dois países. A visita simboliza uma reconexão política e espiritual, já que o Brasil abriga a maior população afrodescendente fora da África e mantém vivas práticas religiosas como o candomblé, diretamente ligadas às tradições iorubás. 

Ifé, Salvador e Osun: o fio de conta que une continentes

A escolha de Osun como sede não é casual. O estado abriga cidades sagradas como Ilê-Ifé, considerada o “umbigo do mundo” iorubá, onde Oduduwa criou a Terra segundo a mitologia. Essa geografia sagrada ecoa no Brasil: Salvador, palco da II Conferência Mundial da Tradição dos Orixás em 1983 , é hoje um epicentro de resistência cultural. Babalaôs como Ivanir dos Santos, que peregrinou oito vezes à Nigéria, relatam que “a simplicidade dos rituais africanos nos ensina a essência do axé, sem os luxos que às vezes distraem aqui” .  

Religião como antídoto ao epistemicídio

Para líderes religiosos brasileiros, o Congresso é uma oportunidade de reverter séculos de apagamento. “Nos roubaram a ancestralidade, mas não a memória dos orixás”, já dizia Mãe Stella de Oxóssi, ícone do candomblé baiano citada em estudos sobre a luta contra o sincretismo imposto . A iniciativa nigeriana dialoga com políticas locais, como o Plano Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos Tradicionais, e reforça a urgência de tratar a intolerância religiosa como violação de direitos humanos — tema levado pela ministra Anielle Franco à ONU em 2024 .  

Desafios e esperanças: o que esperar do Congresso?  

Entre os objetivos do encontro estão:  

1. Criar uma rede global de proteção a terreiros, ameaçados por ataques e legislações discriminatórias;  

2. Fortalecer o turismo religioso entre Brasil e Nigéria, seguindo o exemplo de peregrinações como as de Ivanir dos Santos e Wladimir Valladares ;  

3. Documentar saberes orais, como os Poemas Sagrados de Ifá, patrimônio imaterial que sustenta a cosmovisão iorubá .


#BrasilNigeria: hashtag como ferramenta de luta 

Nas redes sociais, o movimento já ganha força. Sob as hashtags #AfricaBrasil e #Negritude adeptos compartilham fotos de iniciações na Nigéria e celebrações em Ilê Axé Opô Afonjá. “Isso não é só religião: é política de existência”, define o babalaô Wladimir Valladares, para quem “voltar à África é recompor o fio cortado pela escravidão” .  

Para saber mais:  

- Acompanhe a agenda de Otunba Ajiboye no Brasil pelo perfil @casadeoduduwa_no_brasil.  

- Leia sobre a III Conferência Mundial da Tradição dos Orixás em Nova Iorque (1986) .  

- Conheça o Programa Federal de Ações Afirmativas .  

OBS. Fotos: Divulgação 

Esta matéria é dedicada a todos os ekodidés que mantêm viva a chama de Orumilá.

Axé a todos que mantêm viva a chama dos Orixás!

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domingo, 11 de maio de 2025

Eu recomendo o autêntico sabor da Bahia no Quiosque YÁBASSÉ, no Paranoá Parque!

 🌿✨

✨🌿  

Com muito Axé e Ancestralidade, este espaço celebra a cultura baiana em cada detalhe, trazendo para você pratos tradicionais preparados com amor e ingredientes frescos.  

Destaque para o acarajé! Crocante por fora, macio por dentro e recheado com vatapá, camarão e uma explosão de sabores que vai conquistar seu paladar.  

Venha sentir a energia vibrante do YÁBASSÉ e se conectar com as raízes da culinária afro-brasileira em um ambiente acolhedor e cheio de vida.  

Nos vemos no Paranoá Parque – onde a tradição, o sabor e a alegria se encontram! 🥳🍽️  

INFORMAÇÕES: 61 99578-1264

sábado, 10 de maio de 2025

Tecnologia Solar e Ancestralidade: Terreiro Ilê Oyá Bagan Pioneiro em Filtragem Sustentável de Água

Por Ògan Assogbá Luiz Alves/PROJETO ONÍBODÊ 

O Terreiro Ilê Oyá Bagan, sob a liderança da renomada Mãe Baiana, acaba de se tornar um símbolo de inovação socioambiental ao implementar o primeiro filtro de água movido a energia solar com tecnologia UV do Brasil em um espaço de Matriz africana. O projeto, idealizado pela ASSOCIAÇÃO ALTERNATIVA TERRAZUL COMISSÃO da AGENDA 2030 e SEMA (SECRETARIANDO MEIO AMBIENTE DO DF. Com coordenação do ambientalista Pedro Ivo e instalado pelo técnico e professor Alex Gajardo, combina sustentabilidade, saúde comunitária e respeito às tradições religiosas.  

Como Funciona o Filtro Solar UV

O sistema, desenvolvido utiliza placas fotovoltaicas para captar energia solar, alimentando um purificador que elimina bactérias e vírus por meio de luz ultravioleta. Com capacidade de produzir 3 litros de água por minuto, o equipamento garante acesso contínuo a água potável, essencial para rituais sagrados e consumo diário no terreiro. A tecnologia inclui ainda filtros de carvão ativado para remover impurezas e melhorar o sabor, alinhando-se às necessidades de comunidades que dependem de fontes naturais, como poços e rios .  

Conexão entre Tecnologia e Tradição

Para Mãe Baiana, coordenadora da RENAFRO SAÚDE no CENTRO-OESTE , a iniciativa vai além da infraestrutura:  

"A água é um elemento sagrado nos ritos do Candomblé. Purificá-la com energia solar é honrar os Orixás e proteger nossa comunidade de doenças ligadas à contaminação." O projeto também reflete a luta contra o racismo ambiental, comum em territórios periféricos e religiosos, onde o acesso a recursos básicos é precário. Pedro Ivo destaca:  

"Unir energia limpa às raízes africanas é um ato de resistência. Estamos mostrando que soluções verdes podem fortalecer identidades culturais." 

Impacto e Futuro

Além do terreiro, o filtro solar UV serve como modelo para outras comunidades:  

- Redução de custos: Elimina gastos com eletricidade e combustíveis .  

- Resiliência climática: Funciona mesmo em áreas remotas ou durante crises hídricas .  

- Preservação cultural: Garante água pura para oferendas, banhos ritualísticos e consumo, fortalecendo práticas ancestrais .  

Alex Gajardo, responsável pela instalação, ressalta a simplicidade do sistema: "É plug-and-play: painéis solares, bomba de baixo consumo e UV integrados. Ideal para replicação em terreiros e quilombos."  

Axé!  

 mais sobre as propostas no site do MMA e acompanhe as atualizações no Oníbodê O Porteiro.

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